sábado, 12 de fevereiro de 2011

A metodologia Gol.d chega à Associação Crescer Juntos!

Neste mês de fevereiro, mas precisamente no dia 08, iniciaram - se as atividades do Projeto Redes na Associação Crescer Juntos em parceria da mesma com a ONG Visão Mundial.
A Visão Mundial é uma organização cristã (presente no Brasil desde 1975) de assistência, desenvolvimento e promoção de justiça, que se dedica ao trabalho com crianças, famílias e comunidades em todo o mundo, a fim de que alcancem seu potencial por meio do combate às causas da pobreza. O foco da Visão Mundial são as crianças, mas a organização acredita que para garantir-lhes um futuro melhor é preciso criar alternativas de desenvolvimento para as famílias e para as comunidades nas quais elas estão inseridas.
A Visão Mundial e ANDE (Agência Nacional de Desenvolvimento Microempresarial) auxiliam na organização dos indivíduos em Gol.d e facilitam o acesso à educação financeira, fortalecimento do grupo, empreendedorismo, independência, e desenvolvimento transformador. Em parceria com o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas, a Visão Mundial e a ANDE iniciaram a adaptação da metodologia indiana nos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte em janeiro de 2009, através do Projeto Redes de Desenvolvimento.
Os Gol.d – Grupos de Oportunidades Locais e Desenvolvimento – surgiram a partir da adaptação de uma metodologia indiana, chamada Self Help
Group,  para o contexto brasileiro, em conjunto com a experiência da Visão Mundial e da ANDE – Agência Nacional de Desenvolvimento Microempresarial.
O Gol.d é um grupo de 10 a 20 pessoas que se reúnem semanalmente, no intuito de discutir os problemas e dificuldades do grupo e de sua comunidade, e desenvolver o hábito de poupança. Através das reuniões os grupos buscam coletivamente soluções para os problemas de cada indivíduo e do grupo, através do apoio mútuo, da solidariedade e da troca de experiências.
O hábito de poupança permite ao Gol.d criar um fundo comum, que poderá ser usado para empréstimos entre os membros, visando a solução de problemas emergenciais e para a criação e desenvolvimento de microempreendimentos.
As mais importantes características do Gol.d são a autonomia, democracia e empoderamento dos indivíduos. Seus membros decidem o quanto poupar, a prioridade do uso deste fundo comum e as regras de funcionamento do Gol.d.
Com o apoio de parceiros locais, como associações, cooperativas, e outras organizações não governamentais, o Projeto objetiva contribuir para a erradicação da pobreza no Nordeste do Brasil. Até dezembro de 2012 o Projeto deve atingir 50.000 beneficiários diretos, promovendo a criação de empreendimentos e o desenvolvimento das comunidades, em todos os nove Estados do Nordeste e o Estado de Minas Gerais.

Família Comboniana na Amazônia

Por Ir. Olga Estela Sánchez

Em 2006, nós Missionárias Combonianas chegamos a Santo Antônio do Matupi - Km 180 da Transamazônica, AM. No ano passado, começamos um trabalho em equipe como família comboniana, formada pelas irmãs Rosa Guzzo, Cândida Martins e Olga Sánchez; pelo padre Massimo Raimundo e pelo leigo Osmar Marcoli.

Nossa área paroquial é de 300 km. Acompanhamos muitas das realidades da Amazônia como os migrantes e colonos, que vieram em busca de terra e melhores oportunidades de vida, ribeirinhos do Rio Aripuanã e povos indígenas como Parintintim, Dihaoi, e Tenharim . As culturas são mistas, elas nos desafiam no trabalho pastoral e exigem de nós metodologias diferentes.

Os valores da partilha e organização dos povos indígenas, da paciência e contemplação dos ribeirinhos, da festa e do trabalho dos migrantes, vão construindo o Reino na nossa Paróquia Santa Luzia. Mas também enfrentamos diferentes problemáticas como a questão da terra, da exploração florestal, das drogas e prostituição infantil.

O crescimento humano é também um desafio para nós como equipe. É uma experiência rica, feita de alegrias e dificuldades, mas contamos com a ajuda de Deus, para crescermos como missionários e missionárias, e sermos cada vez mais testemunhas do Seu amor, junto aos povos que acompanhamos.

DANDO UMA RASTEIRA NO “SEMPRE FOI ASSIM”

Por ir. Nilma do Carmo de Jesus

Neste número de “Missão é vida”, queremos falar de duas mulheres que ousaram transformar o rumo da história. Para isso, assumem papéis que vão desafiá-las e nem por isso se amedrontam, mas ao contrário, atrevem-se a enfrentar a beleza e as dificuldades do ministério que lhes foi confiado.
A primeira é Dilma Rousseff, mineira, eleita pelo povo brasileiro no dia 31 de outubro 2010 para ser a primeira presidente mulher por um mandato de quatro anos. Mulher destemida com profundas convicções. Ela faz parte das vítimas da ditadura militar, foi presa e torturada. Sem dúvida, ela saberá presidir com a firmeza de uma mulher sofrida e com o tom feminino de quem sabe educar e contribuir para o desenvolvimento do país, procurando acabar com a miséria que fere a dignidade humana.
A segunda é Aung San Suu Kyi Nyein Chan Naing, da antiga Birmânia, atual Myanmar, da cidade de Rangum, sobre uma das margens do Lago Inya. Ganhadora do prêmio Nobel da paz, libertada no dia 13 de novembro 2010, depois de sete anos de prisão domiciliar pelo regime militar de Myanmar. Mulher capaz de promover a paz, a reconciliação, a união, o diálogo e a democracia; mulher destemida sem mágoas nem rancor: “Sou pela reconciliação nacional. Sou a favor do diálogo e, qualquer que seja a minha autoridade, quero utilizá-la para esse fim”. Aung San Suu kyi quer uma revolução pacífica que leve à democracia, onde todos tenham vez e voz.
Acredito que a profetisa e juíza Débora poderá servir de fonte inspiradora para essas duas mulheres políticas, pois antecedeu o seu tempo e soube ser uma mulher política, corajosa, destemida e se definia como “Mãe de Israel”. (cf. Juízes 4,4-10), assim como Dilma e Aung San poderão ser “Mãe do Brasil, Mãe de Nyanmar”. Mulheres que sabem usar de ternura e também sabem ser firmes nas suas decisões.
Duas mulheres de dois continentes bem diferentes, mas com muita coisa em comum: o ministério da liderança. Elas têm a audácia de desmitificar o tabu “sempre foi assim”, de ir contra corrente, para mostrar à sociedade e a Igreja que o olhar de outra cultura, o jeito feminino de coordenar, presidir podem fazer a diferença. Que Dilma e Aung San Suu sejam mulheres de transformação, de presença e geradoras de vida como foi Débora. As duas estão dando uma rasteira na mesmice, para dar um novo rumo à história. A ousadia dessas duas mulheres nos impulsiona a acreditar ainda mais que o potencial que o Senhor coloca em cada uma de nós deve ser colocado a serviço da missão, de uma vida doada e acolhida no seu quotidiano.