domingo, 31 de julho de 2016

Tempo de facebook, sede de heartbook

Ir. Chiara Dusi

Facebook, o livro dos rostos, chegou em pouco tempo a fazer parte do cotidiano de jovens e menos jovens. Com menor ou maior intensidade, todo mundo posta fotos, estados de ânimo, vez ou outra alguma noticia ou artigo que achou interessante...e aí vamos revelando alguma coisa de nós e do nosso mundo, e controlando, através das curtidas, o índice de popularidade social...em fim, no face vamos produzindo a nossa imagem, e monitorando ao mesmo tempo a imagem dos outros.
Mas é mesmo neste hoje que sentimos tanta sede de abrir um outro tipo de livro, como sugeriu, com um jogo de palavras interessante, a ir Annette Havenne, assessora da CRB (conferencia dos religiosos do Brasil): este é o heartbook,  o livro dos corações. Colocar-nos na escuta do nosso próprio coração, os nossos sonhos e desejos mais profundos, para saber escutar também os corações de tantos e tantas, sobretudo da humanidade mais  ferida e humilhada, excluída e oprimida.
É para essa humanidade que Jesus se entregou de corpo e de alma.  É para o bem dessa humanidade que Ele continua a fazer o seu chamado, para partilhar conosco sua missão: “Vem e segue-me. [...] te farei pescador de homens”  A vida religiosa nasce da escuta dos gritos dos oprimidos, e continua tendo sabor e encanto quando ela se lembra de onde nasceu e é fiel à missão de Jesus, que ama de maneira especial os pobres e quem se encontra à beira do caminho.
Não tenhamos medo de perder tempo, escutando o que habita no mais profundo de nós e de cada pessoa. Aí é que o próprio Deus se revela, no fundo do nosso coração e dos nossos irmãos e irmãs, e nos convida a ficar com Ele.
De fato, ainda não passou de moda aquela feliz expressão da constituição Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II: ”As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração.”


quinta-feira, 28 de julho de 2016

SEGUINDO AS PEGADAS DE JOSI... MISSÃO DO INSTITUTO DANIEL COMBONI NA FAZENDA DA JUTA-SP.

Ir. Graça Campostrini e Crécia Ferreira
Ser Josi, hoje...
O Instituto Daniel Comboni, vem de uma longa caminhada sempre ao lado das Irmãs Missionárias Combonianas, essa jornada iniciou-se no ano de 1985, o país ainda vivia  sob o regime da  ditadura, mas as ações das irmãs junto ao povo era pela  busca da  libertação dos jugos políticos e pela busca da justiça social. Foram muitos os aprendizados...Eis que no ano de 2014, as Irmãs cumprindo o lema de Daniel Comboni de Salvar a Africa  com a Africa e o Brasil com o Brasil, elas partiram deixando-nos esse legado e essa inspiração agora atualizada em nosso território e chão de missão Salvar  a Juta  com a Juta. Na perspectiva de manter-nos  conectados  com esse ideal, iniciamos o ano de 2016 fazendo um dia de formação junto á Caritas Arquidiocesana de São Paulo para identificar  nossa missão. Tomamos como inspiração a determinação e vocação da jovem Josi, a primeira menina humilde a ouvir a voz e seguir o chamado de Comboni para se engajar na causa e na luta pela libertação e pela justiça social entre os povos africanos. Sua disponibilidade por dedicar e disponibilizar seu  talento de saber apenas fazer um “mingau”, nos trouxe grande motivação e  inspiração. Diante desse forte desejo em  conhecer melhor essa menina destemida, solicitamos a presença de uma Irmã Comboniana para que pudéssemos especificamente aprofundarmos  nossos conhecimentos  sobre sua trajetória de vida e testemunho de fé e de coragem. Eis que chegou o esperado dia, trinta de junho! A Irmã  Vera por  motivo de saúde em família, não pode comparecer. Mas  Josi nos ajudou! 
A Irmã Maria Grazia Compostrini se dispôs a estar conosco e partilhar seus conhecimentos. Josi continua nos ajudando, na véspera do encontro a Irmã Mariarosa Venturelli da Itália enviou-nos fartos materiais, com a história de Josi completa! Relatos sofridos, mas maravilhosos de quem se deixa guiar pela graça de Deus.  Logo pela manhã, todos nós chegamos à nova Sede do Instituto Daniel Comboni, pela primeira vez vamos nos reunir nesse espaço pensado e construído com carinho e muita solidariedade, para abrigar todos os nossos planos e projetos que a missão nos traz como desafios... Vivendo desde o início  o espírito da comunhão e da partilha, tivemos uma  linda roda multicores em que tomamos nosso café da manhã feito em mutirão...Cada Unidade do Instituto contribuiu com um item de alimento, inclusive com um cuscuz  gigante feito pela equipe do Centro de Juventude Dom Luciano Mendes de Almeida ... pode ser a versão atual do “mingau” de Josi.
Em seguida iniciamos silenciando o nosso coração e continuamos com a reflexão sobre o “Dom Supremo, o Amor” motivação para introduzir a história de Josi. 
Após a apresentação da nossa protagonista em dois momentos: 1 - “A Serva de Deus Maria Josefa Scandola”: Um dia de memoria comboniana.  2- “A Serva de Deus Maria Josefa Scandola”: Mulher santa e capaz, misitca e profética. propusemos uma partilha em grupos.
Os nossos educadores ressaltaram aspectos importantes relacionando a pratica deles, na fazenda da Juta com a experiência da Josi. Ficamos felizes porque muitos passaram a se intitular Josi. Frisaram a capacidade de perdão, de acolhida de  todos, particularmente os pequenos, proporcionando o conforto e a cura do padre para continuar a missão de Comboni. Seu testemunho de caridade, fé e humildade permitindo-nos saber que Deus capacita os escolhidos. 
Concluindo a exposição vimos juntos as imagens da cerimonia na qual foi apresentado  “O Decreto De Venerabilidade” em Verona na Casa Madre das Irmãs Combonianas em 25 de maio de 2015.
A este ponto a Crecia, coordenadora geral do Instituto Daniel Comboni, ponderou o quanto foi precioso este momento de reflexão para atualizar a nossa missão em conexão com os ideais de Comboni através da Josi chegam até a nós pela luta por cidadania e justiça social. Lembrando ainda que as Irmãs Combonianas que estiveram aqui no Instituto seguiram as mesmas pegadas de Josi e nos deixaram bonitos testemunhos.
Foram mencionadas e apresentadas as fotografias de cada uma delas especialmente aquelas que coordenaram o Instituto, Irmãs Rita, Cândida, Tiberh e Caterina, todas lembradas com estima, admiração e muita emoção.
Concluímos com a oração, pedindo que ir. Josi  “Descanse em Deus” com frases bíblicas de amor, carinho  e conforto.
Encerramos com um delicioso almoço de confraternização ao ar livre no pátio interno di Instituto Daneil Comboni.








A SEGUNDA OPORTUNIDADE

Ir. Giusy Lupo

Para celebrar o tricentenário do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul, a ser comemorado em 2017, o Brasil inteiro está se “movimentando”. Em comemoração à data, o Santuário Nacional de Aparecida promove o Jubileu “300 anos de bênçãos”. Imagens peregrinas estão sendo enviadas a diversas arqui(dioceses), para visitar paróquias e paroquianos e testemunhar a nossa fé também através a devoção e o carinho por Nossa Senhora.
Mas qual é a motivação teológica que está  por trás da peregrinação?
Nossa Senhora Aparecida vem até nós por meio de sua Imagem Peregrina como mulher de serviço, como lembra a história da visita à sua prima Isabel, e sua simples presença nos leva a perceber a importância da vontade de Deus.
A visita de Nossa Senhora Aparecida é uma forma de retribuir a visita dos romeiros ao seu Santuário, que hoje recebe um número superior a 10 milhões de peregrinos ao ano. É também uma maneira de ir ao encontro daqueles que ainda não tiveram condições de visitar a Casa da Mãe Aparecida.
Para mim foi uma graça e uma alegria imensa poder ter duas oportunidades de seguir peregrinando com ela. A primeira visita foi no mês de outubro-novembro 2015 na Paróquia Santo Antônio do Matupi, Diocese de Humaitá, (AM). A imagem peregrinou e visitou as 16 comunidades da nossa Paróquia que acolhe, culturas indígenas, imigrantes do sul do Brasil, ribeirinhos. Cada um teve a oportunidade de demostrar o seu carinho e o seu afeto por nossa Senhora do próprio jeito, através de cartazes, danças, teatros, celebrações e muita oração. Crianças, jovens, mulheres e homens todos juntos para rezar com Nossa Senhora “Aves Marias” pedindo sua intercessão.

A segunda oportunidade foi aqui na arquidiocese de Vitória nestes meses de junho-julho. Outra diocese, outro estilo de Paróquia e comunidades, mas o amor por Nossa Senhora não é diferente, é grande. Foi bonito peregrinar nas ruas, cantando e rezando. Quem não estava na procissão acompanhava com orações, aplaudindo e cantando juntos da janela e da varanda. Ainda mais bonito foi tê-la aqui, na nossa casa, na nossa capela,  20 minutos de grande comoção. Obrigada Mãe, por doar-nos teu filho Jesus. Contigo queremos continuar aprendendo como seguir a Cristo...”Primeira cristã Maria da luz Sabias, ó Mãe, amar teu Jesus... Iluminada, iluminadora Inspiradora de quem quer amar E andar com Jesus...


terça-feira, 26 de julho de 2016

MULHERES DE ENCONTRO E COMPAIXÃO

Ir. Giusy Lupo

A nossa jaculatória deste ano na nossa congregação diz o seguinte: Maria, mãe de misericórdia ajuda-nos a sermos mulheres de encontro e compaixão. Mulheres de encontro e compaixão. Difícil né? A comunidade de Vitória está tomando a sério o sentido que se esconde por trás dessa frase. Ser mulheres de encontro e compaixão no trabalho pastoral, mas também na comunidade e entre nós. E às vezes parece mais difícil. Para trabalhar isso,  nos está ajudando uma jovem psicóloga Gisele, que com encontros mensais está intensificando este desejo de encontrar-nos e de pôr em prática cada vez  mais a misericórdia.
No primeiro encontro abordamos o tema de como elaborar a dor do luto, depois do falecimento das nossas queridas irmãs Rosa e Yolanda.
O segundo encontro foi sobre o procurar não se refugiar no passado e nem no futuro, mas focar o nosso olhar no presente, sem se fazer de vítima lutando pelas conquistas simples do cada dia.
No terceiro, continuando o discurso começado nos encontros precedentes trabalhamos o como poderia ser diferente o nosso presente se nos colocamos no lugar da outra/o ,  disposta a fazer o bem também e sobretudo quando este bem não é visto e reconhecido por ninguém....só por Deus.
Para concluir, desta vez a Gisele nos presentou uma dinâmica simples ser anjo da guarda de alguém. Cada uma recebeu secretamente o nome de uma irmã com a tarefa de ser “anjo” por um mês daquela irmã que apareceu no papelzinho: mas com uma condição, tudo tem que ser em segredo. Isso supõe que para não se deixar descobrir cada uma tem que ser mais generosa e prestativa com todas e especialmente com a sua “afilhada”. Através dessa simples dinâmica estão se multiplicando os anjos aqui na casa: cada uma demostra o seu carinho do jeito que mais sabe e acredito que estamos tendo também mais orações uma pela outra.
Enfim, obrigada Gisel
e, a cada encontro aquele abraço final é sempre mais verdadeiro, carinhoso e misericordioso.


A MISSÃO SE FAZ JUNTOS

Ir. Chiara Dusi
 A missão se faz juntos,
O compasso é do grupo, 
Eu  só chamo de dois em dois.

- Entro no ritmo
Vou pra missão.

- Escuta o ritmo das casas, dos corações:
O cansaço dos velhos,
O vivo olhar dos pequenos,
A preocupação das mães.

- Entro no ritmo
Vou pra missão. 

- Para um momento, 
Entra em oração. 

-O papa Chiquinho
  Aponta o caminho: 
Qual missão para nós, hoje? 
Como cuidar da Casa Comum?

- Entra no ritmo, 
minha filha,
hoje e sempre,
vem pra missão. 

domingo, 17 de julho de 2016

CONVIVÊNCIA MISSIONÁRIA E FAMILIAR NO MÉXICO

Ir. Nilma do Carmo de Jesus
No dia 17 de julho de 2016, aconteceu na Ciudad do México, um encontro de convivencia missionária e familiar na casa das Combonianas. Este encontro foi organizado pela comunidade da Ciudad do México. Estavam presentes vários amigos e familiares das irmãs mexicanas, além de nós que viemos para participar do encontro de preparação ao XX Capítulo Geral e do Encontro das provinciais do Continente América com a participação das irmãs Luzia Premoli e Mariza Zorzan..
O objetivo desse encontro foram: convivencia fraterna, intercambio de experiencia e de escuta atenta. Um momento significativo foi o testemunho da provincial do Equador/Peru/Colombia  sobre o terremoto que aconteceu no Equador no dia 16 de abril deste ano. Ver as fotos e o video clip foi muito emocionante e questionador. O espírito de solidariedade  e a confiança em Deus é grande. 
Em seguida, tivemos a fala da nossa Madre Geral, Ir. Luzia Premoli, que nos convidou a viver intensamente esse tempo de preparação ao XX Capítulo Geral cujo tema é:"Ousar a mística do Encontro para viver a missão comboniana hoje" através das orações e do nosso compromisso missionário como família comboniana.
A celebração da missa foi presidida pelo pe. Enrique, missionário comboniano. Logo após , houve uma confraternização com comidas típicas do México. Tudo muito gostoso!
Para completar tivemos a apresentação de danças típicas. Foi um dia de uma riqueza cultural indiscutível. Ousar a mística do encontro como família comboniana, consagradas e leigos foi um dom de Deus.


domingo, 10 de julho de 2016

POR TRÁS DOS BOTÕES VERMELHOS

Ir. Giusy Lupo
Continuando a minha caminhada dentro das histórias das Irmãs Missionarias Combonianas que trabalham no Brasil me encontro com a ir. Margarida, italiana, desde 1969 atuou em Vitória. A irmã conta que trabalhou na pastoral carcerária, em Maruipe 20 anos. Na casa Braille, na Rua Bento Ferreira, com os cegos com os quais partilhava a Palavra de Deus e criando um pequeno circulo bíblico, a pastoral dos meninos trabalhadores na Praça do EPA: um dia por semana ia para dar formação e fazer orações dinâmicas com os meninos e depois partilhavam um lanche simples. E enfim, a pastoral que desenvolveu até pouco tempo: visita as famílias e aos doentes levando a Eucaristia. Tudo isso sempre em colaboração com o grupo da Legião de Maria. 
Que bonito ver o carinho e a relação que a irmã tem com cada um e uma deles....cresceram juntos nas relações entre eles e com Maria. Em todo o trabalho, Maria estava presente e continua acompanhando os seus filhos do grupo.
Mas, como nasceu esta devoção para Maria na vida da irmã Margarida? 
Tudo começou desde pequena. Quando a sua mãe ensinou-lhe a rezar. Este carinho por Nossa Senhora aumentou até que na juventude quis dedicar o seu tempo livre como voluntária no sanatório com a congregação de “Maria menina” em Garbagnate perto de Milão. Ai no sanatório tinham mais de 2000 pacientes e a maioria doente de tuberculose. 
Deus já tempo atrás tinha pensado pedir á jovem  Margarida de colocar a disposição a sua vida para a construção do Reino. E assim combinou um encontro fundamental. 
Entre os pacientes tinha uma irmã Comboniana, Gianna Augusta, com hábito preto de botões vermelhos, o clássico hábito que usavam as Combonianas. Margarida curiosa queria conhecer a história que estava por trás daqueles botões , começou a fazer perguntas para a irmã.  A irmã toda contente de ter a possibilidade de fazer animação missionária e vocacional começou a contar de Comboni e da Congregação “Pie Madri della Nigrizia”. 
A Margarida se encantou com o carisma, sentiu que Deus a chamava a se tornar irmã Missionária Comboniana.

sábado, 9 de julho de 2016

“SEI EM QUEM ACREDITEI”

Ir. Beatriz Pratissoli


Estou celebrando neste ano, precisamente no 16 de julho, 51 anos de vida consagrada a Deus e a missão, na Congregação das Irmãs Missionárias Combonianas. Tempo este de agradecimento a Deus, pelo dom da vida e da vocação missionária que recebi de presente e me sinto responsável.
Agradeço aos meus pais pela fé que deles recebi e por todas as irmãs da Congregação e pessoas que passaram em minha vida e me ajudaram nesta caminhada. Muitas historias e desafios aconteceram neste longo caminho mas como escreveu São Daniel Comboni, uma frase que resume toda a sua vida ”A onipotência da oração é a nossa força” e foi assim que prossegui meu caminho, confiando sempre naquele em quem acreditei: Jesus Cristo.

 Como afirma o profeta Isaias “Os que confiam e esperam em Deus, renovam suas forças, criam asas como águias, corem não se fadigam, andam e não se cansam”. Fui e sou convidada a escutar, viver as realidades onde estou presente, compreender e viver o nosso carisma de levar a mensagem do Evangelho aos pobres e mais necessitados. Revendo estes 51 anos de vida consagrada a Deus e á missão, sinto a alegria em constatar que a palavra de Deus tem sido para mim, luz, força e esperança no serviço a mim confiado. E que Maria mãe missionaria me ajude a repetir todos os dias o meu “Sim”.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

A SEMANA MISSIONÁRIA, uma vivência alegre da missão

Ir. Loreta Dalla Stella 
A diocese de São Mateus, no Espírito Santo, depois de três anos de preparação, com retiros espirituais diocesanos e paroquiais, agora chegou a segunda etapa, o tempo do “saborear”, com a Grande Semana Missionária. A Semana Missionária é o tempo mais forte e mais intenso das Santas Missões Populares (SMP), segundo a metodologia de Padre Luis Mosconi. Todas as paróquias da Diocese estão realizando neste ano, a Semana Missionária no decorrer da festa do seu Santo Padroeiro.
Tive a alegria de participar da Semana Missionária na Paróquia de Conceição da Barra, no setor missionário Itaúnas e na Paróquia de Pedro Canário, no setor missionário de Cristal do Norte.
A Semana Missionária foi como um grande retiro espiritual popular, com caminhadas pela manhã e celebrações à noite, percorrendo um itinerário, com o tema proposto a cada dia, que ajuda a redescobrir a beleza do seguimento de Jesus. Na terça feira dia “das bem-aventuranças e das advertências de Jesus” foi particularmente sentida a caminhada pela manhã fazendo memória dos mártires da caminhada do Espírito Santo, como também a celebração do sábado pela manhã, renovando as promessas batismais e das comunidades perto de um rio. Na quarta feira, dia “da oração e meditação pessoal” fiquei emocionada participando pela manhã da adoração numa comunidade quilombola, onde várias mulheres de joelhos, diante do SS. Sacramento, abriram seu coração, implorando a paz pelas suas famílias, pelo povoado. Ficaram todo tempo de joelho, firmes na fé como as matriarcas, falando em voz alta, sem receios dos presentes, confiando no Senhor, em Jesus Cristo que pode libertar e veio para que todos tenham vida.
Durante o dia foram muitas visitas fraternas e solidárias, com escuta, oração, semeando a palavra de Deus. Com as outras missionárias locais que me acompanhavam, sentimos a ação do Espírito Santo, que depois do receio inicial ao abrir as portas das casas, o pessoal aos poucos se abria e ao sair da casa muitos abraços e sorrisos. A alegria continuava nos encontrando novamente à noite na igreja para celebração.
Foram dias muito intensos que permitiram mergulhar na vida do povo, no seu sofrimento, sobretudo, visitando as pessoas doentes, idosas, desempregadas...  Muitos encontros, fatos que marcaram a memória, o coração e que se tornaram oração. Não posso esquecer o jovem Carlos André, que me apresentou assim a sua comunidade: “irmã, nós aqui não morremos de fome pela misericórdia de Deus” e verdadeiramente o fechamento da usina, única fonte de trabalho, deixou o povoado sem alternativas, com grandes dificuldades econômicas.  Dona Ana, que apesar de ser idosa, acolheu na sua casa o neto com necessidades especiais (cuja mãe é alcoólatra) e cuida com tanto carinho e amor. Rosângela, uma líder da comunidade que me acompanhou num dia nas visitas, à noite testemunhou na celebração: “uma coisa é ver as pessoas aqui na igreja, agora é outra coisa visitá-las nas suas casas”. As visitas fazem bem para quem é visitado e para quem visita. Um obrigado sincero vai às famílias que me hospedaram para as semanas missionárias, que não abriram somente as suas casas, mas também o seu coração, fazendo me sentir em casa.
A semana missionária proporciona muitos momentos alegres de partilha, de amizade e de vivência fraterna. É uma belíssima experiência eclesial, de uma Igreja samaritana, missionária, em SAIDA.  A ALEGRIA do Evangelho passa pela MISSÂO!