Ir. Giusy Lupo
Desde quando saiu a Encíclica do
papa Francisco “Laudato si” (Louvado seja), estão se multiplicando as
iniciativas a favor do bem comum e da criação, também se não são muitos
visíveis no mundo mediático. O Papa nos ajuda a ver o mundo com olhar repleto
de esperança. Em varias passagens ele mesmo diz: « A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da
nossa casa comum. » (13); «o ser humano ainda é capaz de intervir de forma
positiva » (58); «nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de
tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e
regenerar-se » (205).
Além do Papa Francisco,
continuando a minha caminhada entre as histórias das irmãs Combonianas, aqui no
Brasil, descubro com muita alegria e orgulho que as nossas irmãs, proféticas
como o Comboni, já tempo atrás, faziam da natureza e da criação a base para dar
vida em abundancia a um povo que ainda vivia na miséria e no esquecimento por
parte das autoridades civis. Estou falando da cidade de Pinheiro e da história
das irmãs que estiveram aí por volta dos anos noventa: as irmãs Yolanda, Teresa
e Nazarena. A ir . Nazarena começa a contar que quando chegou a Pinheiro, tinha,
junto com a ir Yolanda, o ministério da pastoral catequética e formação de
lideranças nas comunidades. Mas logo se deu conta que o povo vivia na miséria, pobres na saúde, na educação, nos recursos para sobreviver,
...um povo esquecido. Sempre a ir. Nazarena mostrou a sua sensibilidade no
campo da enfermagem, se formou como técnico, mas trabalhou pouco nesse campo.
No tempo da CF “Fraternidade e Juventude” (1992), através de um projeto dos
“meninos de rua” na escola da comunidade de Boa Esperança onde davam cursos de
medicina alternativa e com a possibilidade que a irmã teve de fazer alguns
cursos municipais do SUS e ser parte do conselho municipal de saúde, iniciou
uma “farmácia verde”, com a ajuda de todas as irmãs, em particular da ir.
Teresa Scagliarini enfermeira. Com um trabalho em rede e imitando o projeto de
Boa Esperança (iniciado por uma professora agrônoma) chegaram a ter
mais de 80 plantas medicinais, com as quais preparavam medicamentos naturais, e
40 mulheres que se alternavam para moer no pilão as plantas, lavar vidros e a
atender o povo. Em pouco tempo a “farmácia das irmãs” virou um verdadeiro posto
de saúde e com doações compraram também um aparelho para secar as plantas.
Irmã Nazarena continua contando que o povo acreditava muito no trabalho das irmãs e das voluntárias e
valorizava o poder curativo da natureza. A partir da farmácia verde também surgiram
às terapias com a argila, a bioenergética e a pastoral da criança. Atendiam umas
600 crianças, preparavam multimistura e davam formação as mães. Foram anos
bonitos. Procurava-se formar o povo não só na fé, mas também ajudar a formar
uma consciência politica, social e do desenvolvimento. Com muita saudade a ir
Nazarena lembra-se dos acampamentos dos Sem Terra em Sobrado nascidos para
formar comunidade e sentir-se família, do projeto “Casa para todos” com os
padres Fidei Donum que se preocupava de ajudar os pobres a comprar os materiais
para fazer uma nova casa e de todos os momentos de convívio e de partilha com o
povo.
Há poucos anos o terreno usado
para a horta da farmácia verde foi devolvido á paroquia e aproveitado para
construção. Com o terreno foram embora muitas lembranças, mas bem arraigados
ficam nos corações da gente que trabalhou e da gente que disfrutou.
Obrigada ir Nazarena pelo seu
incansável trabalho. Deus a abençoe sempre!
Belo texto-testemunho de vida das Irmãs Combonianas que passaram pela comunidade de Pinheiros, no Espírito Santo. É a marca das irmãs da consgregação comboniana, destacam-se por seu grande espírito solidário junto dos mais necessitados.
ResponderExcluirObrigada, Elvis.
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