quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CAMPANHA MISSIONARIA 2011 “Missão na Ecologia”.


Por Ir. Loreta Dalla Stella, missionária comboniana

Ser batizado é trazer como marca o espírito missionário. O Concilio Vaticano II afirma: “Toda a Igreja é missionária e a obra da evangelização é um dever fundamental do povo de Deus” (AG 35). Outubro é o mês que a Igreja reservou sobretudo às missões. A Igreja quer que nossas atenções e preocupações sejam voltadas para o mundo inteiro, para os dois terços da humanidade que ainda não tiveram a alegria de encontra-se com Cristo.

O Papa Bento XVI, na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, que será celebrado em todo o mundo no dia 23 de outubro, lembra com muita força que: “Todos os povos são destinatários do anuncio do Evangelho... Não podemos permanecer tranqüilos, sabendo que, depois de dois mil anos, ainda existem povos que não conhecem Cristo e não ouviram sua Palavra de Salvação. O Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas é um dom a partilhar, uma boa noticia a comunicar”.
No Brasil a temática da Campanha Missionária (CM), que é promovida pelas Pontifícias Obras Missionárias, costuma seguir o tema da Campanha da Fraternidade, dando-lhe um enfoque universal. Como a CF-2011 abordou o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”, a CM vai trabalhar o tema “Missão na Ecologia”, com o lema “A misericórdia de Deus é para todo ser vivo (Eclo 18,22b)”; com o objetivo de continuar com a conscientização ecológica alargando os horizontes para todo o mundo.
O mundo é casa de todos e não podemos ficar indiferentes a tanta destruição e violência cometida contra a Mãe Terra e muitos de seus filhos e filhas. O mundo é nossa paróquia e as gerações futuras dependerão da nossa resposta para que o mesmo continue sendo respeitado.
Para ajudar na reflexão do tema, as Pontifícias Obras Missionárias produzem e já enviaram em todas as dioceses e paróquias subsídios como DVD, cartazes, folhetos dominicais que servem de suporte para as orações dos fieis nas Missas e novena missionária com a mensagem do papa Bento XVI para o Dia mundial das Missões.
Todo este material é bom que seja conhecido, trabalhado, nas pastorais, grupos, celebrações das nossas comunidades, da nossa paróquia, para fortalecer a nossa consciência missionária, o nosso ser discípulos missionários de Jesus Cristo.
A Coleta do Dia Mundial das Missões (22 e 23 de outubro), feita em todas as comunidades, paróquias do mundo inteiro é integralmente enviada para o Fundo Mundial de Solidariedade para projetos da Igreja Católica em territórios de Missão, como a sustentação de diocese, abertura e manutenção de seminários, financiamento de obras sócias, assistência aos missionários em todo mundo.
A missão é feita: Com os pés dos que partem... Com os joelhos dos que rezam... E as mãos dos que ajudam.
O mês de Outubro nos leva a refletir de maneira mais intensa que nossa vocação missionária comboniana traz em si a responsabilidade de também sermos animadores da missão universal da Igreja. Nesta caminhada é incentivo para nós a pessoa de Comboni, celebrado no dia 10 de outubro e que durante sua vida percorreu milhares de quilômetros falando a todos sobre a sua grande paixão: a África e seus filhos e filhas. Pedia pessoas, recursos e cruzes.

domingo, 16 de outubro de 2011

A OUSADIA DE UMA MULHER QUE FAZ A DIFERENÇA

por ir. Nilma do Carmo de Jesus



Deus me enviou para realizar com você uma missão que assombrará todos... Esta tua serva é piedosa e serve ao Deus do céu dia e noite” (Judite 11,16-17).
A profetisa Judite é modelo para nós ainda nos dias de hoje. Mesmo depois de muitos séculos, o seu exemplo de coragem, ousadia, resistência e determinação em libertar o seu povo da opressão de Nabucodonosor, rei da Babilônia, é sinal da presença de Deus conosco. Deus age na história por meio de uma mulher inteligente, corajosa e solidária com o seu povo. Em Bangui, capital da República Centroafricana, encontramos a senhora Thérèse Gbebri, mulher de Deus, com fé enraizada na realidade, e atenta ao choro de tantas mulheres e crianças que sofrem o peso da discriminação cultural numa sociedade patriarcal.
Thérèse possui formação acadêmica em Direito e Gestão Administrativa. Ela sabe entrelaçar a sua formação intelectual com a dimensão cultural, social e eclesial do seu país. É co-fundadora da “Associação de Mulheres Juristas da República Centroafricana” (AFJC).
Esta Associação foi criada em 1992 e visa: conscientizar as mulheres e as famílias sobre seus direitos e deveres; ajudar as mulheres nos processos judiciais; catalogar e difundir todos os documentos em favor da mulher e da família.
A senhora Thérèse tem profunda consciência da importância do trabalho que está realizando como Associação, e diz: “se quisermos falar da mulher centroafricana temos que considerar dois aspectos: o peso sócio-cultural (usos, costumes, tradições e atitudes étnicas) que recai, sobretudo, sobre a mulher da área rural e o avanço tecnológico rápido e desastroso para a cultura do nosso país, que atinge as mulheres da área urbana. É urgente e inadiável a educação das meninas, pois só por meio de uma educação de qualidade, as mulheres poderão assumir o espaço que lhes cabe nesta sociedade. É um espaço que nós temos que lutar para conquistá-lo. A nossa dignidade vem de Deus e temos que fazer tudo para mantê-la.”
Eis o testemunho desafiador dessa mulher que se deixa guiar pelo Deus da história. Thérèse se coloca a serviço de quem mais precisa com a ousadia de quem sabe gerar vida, olhando para além do horizonte, dinamizando a cultura, para que as famílias vivam na liberdade de filhos e filhas de Deus Pai-Mãe. É a ousadia de uma mulher que faz a diferença no contexto eclesial, social e cultural da República Centroafricana.