sábado, 23 de dezembro de 2017

Natal com as pessoas em situação de rua


No dia 13 de dezembro, a Pastoral do Povo de Rua da Paroquia de São Francisco de Assis realizou pelo segundo ano, a comemoração do Natal para as pessoas em situação de rua. Como no ano passado, o evento aconteceu na Praça do EPA, no Bairro Jardim da Penha. A celebração, preparada pela Pastoral, foi presidida pelo Pároco, Pe. Adenilson. Em sua homilia, com palavras simples, ele acentuou que Deus ama especialmente aqueles que não são amados e que Jesus nasce assumindo a condição do povo sofrido. Os pastores, pessoas pobres e que não tinham boa fama, foram os primeiros a receber o anuncio do nascimento do Messias. E estavam ali no presépio, junto a Jesus. Assim, hoje, Jesus se identifica com quem passa pela condição de morador de rua. Ele também não encontrou lugar e teve que nascer num curral, no meio dos animais.
Desde o início da celebração, as pessoas em situação de rua, se envolveram, com uma  participação comovente. Concluindo o momento celebrativo, cantamos Noite Feliz. Todos foram convidados a acender uma pequena vela no Círio, com a motivação de preservar sempre viva a chama da esperança que experimentamos pela vinda de Jesus ao mundo, assim sermos luzes uns para os outros .Foi lindo de ver como eles cuidavam de manter a sua vela acesa e um ajudava o outro a não deixar apagar a chama da pequena vela que cuidadosamente seguravam na mão. Também para os membros da pastoral foi um momento de profundo sentimento do que realmente significa o Natal. “Ao vermos ali nossos irmãos destituídos dos seus direitos, resistindo à exclusão e lutando pela sobrevivência cotidiana, sentimos que a melhor maneira de ajudá-los é respeitá-los, conhecê-los pelo nome, escutá-los e oferecer-lhes a nossa amizade".  
Terminada a celebração foram convidados a participar, som de cânticos natalinos, de uma ceia farta, preparada pelos membros da pastoral. A seguir receberam prendas contendo materiais de higiene de que tanto necessitam. Esta Pastoral teve inicio há dois anos, quando a nossa comunidade de Jardim da Penha, viu aumentar o número de pessoas em situação de rua. Sensibilizadas pelo sofrimento de tantos irmãos e irmãs que vinham bater à porta pedindo alimento ou roupa para cobrir o corpo, as irmãs, como comunidade, juntamente com outras pessoas também sensibilizadas pela situação, dentre elas o coordenador da pastoral do povo de rua a nível diocesano, decidiram promover a criação desta pastoral, na Paróquia de São Francisco de Assis.
As irmãs Combonianas, Geny e Paula, colaboraram no surgimento deste ministério, e atuam como membros da equipe que, com o apoio do Pároco, foi se constituindo por pessoas capacitadas em várias áreas; mas acima de tudo por pessoas movidas por um sentimento profundo de fé e amor, dons indispensáveis para esta ação de misericórdia, cuja missão é ser presença junto a essa população, reconhecer e celebrar os sinais de Deus presentes na sua história e desenvolver ações que transformem a situação de exclusão em projetos de vida para todos. Com estes objetivos a pastoral realiza encontros semanais com as pessoas que vivem em situação de rua, oferecendo a oportunidade de contato com a Palavra de Deus, além de alimentação, higiene e vestuário. Também estabelece parceria com comunidades terapêuticas, buscando acolher aqueles que demandam por tratamento de dependência química.
Ir Paula Camata




sábado, 9 de dezembro de 2017

ERA ESTRANGEIRO E ME ACOLHESTE

Era o dia 03.12.2017. Tarde de muito sol. A Avenida Paulista estava em festa. Bandeiras multicores desfraldavam.  O clima era de mundialidade. Bandeiras de Bolívia, Chile, Angola, Mauritânia, Senegal, Mali, Haiti, República Democrática do Congo, Paquistão, Bangladesh e Palestina, entre outras, davam uma ideia da diversidade presente na Marcha.Eram 4000 participantes. A banda de música, os tambores, flautas e outros instrumentos andinos, com seus ritmos próprios, davam um  toque de alegria pluricultural. O povo na rua com seus traços multirraciais anunciava que algo importante estava acontecendo. Trabalho de mobilização muito grande feito por muitos imigrantes latino-americanos, africanos e asiáticos, o que revela um processo de empoderamento do migrante, das redes e dos contatos pessoais.
Não era uma manifestação política do Movimento social “Vem Prá Rua”  e nem  do “Povo sem Medo”,  e muitos outros movimentos que marcaram presença na Avenida Paulista nesses últimos tempos. Era a 11ª Marcha dos Imigrantes, lutando PELO FIM DA INVISIBILIDADE DOS  IMIGRANTES. Marcha que foi instituída pela ONU em 18/12/1990 e que faz parte da mobilização mundial dos imigrantes. Este ano os imigrantes foram convidados a marcharem em prol da sua visibilidade enquanto sujeitos de direitos, ressaltando sua importância sócio econômica, cultural, histórica no desenvolvimento da sociedade brasileira.
Eu vi: crianças, jovens, mulheres, homens com seus trajes coloridos, o sorriso no rosto, em ritmos variados de danças, típicas das planícies e das alturas dos Andes anunciando: Estamos aqui. Viemos do frio e da neve das altas montanhas e das costas tropicais deste Continente. Viemos dos mares longínquos das costas africanas e aqui estamos. Viemos para ficar. Por isso lutamos, por isso dançamos, por isso cantamos, por isso marchamos.
QUAIS SÃO NOSSAS BANDEIRAS DE LUTA?
1 – Visibilidade e garantia de direitos para todas as pessoas imigrantes do mundo.
2 – Pelo fim do trabalho escravo e Contra a Portaria do Ministério do Trabalho nª 1129 de 13/10/2017.
3 – Pela regulamentação e implementação da nova Lei de Migração.
4 - Pelo Fim das deportações.
5 – Pelo direito de votar e ser votado.
6 – Pela Anistia aos imigrantes.
7 - Pelo fim da descriminação e xenofobia.
8 – pela ratificação dos tratados internacionais
9 – Pelo livre trânsito e residência para todos e todas.
10 -Pelo direito à educação, saúde, assistência social e moradia de qualidade.
11 – Pelo trabalho decente e justiça gratuita.
12 – Pela implementação de políticas publicas para todas as pessoas imigrantes.
13 – Pelo fim da exploração dos imigrantes.
14 – Por cidadania universal.


Nessa luta, estamos nós, as Missionárias Combonianas, que vivemos na zona leste de S. Paulo.  Decidimos acolher o apelo do Papa Francisco e plantar nossa tenda nessas periferias existenciais da Humanidade, solidarizando-nos com suas lutas, suas dores e lágrimas, conscientes de que a realidade do imigrante nessa cidade grande é missão através da qual Deus nos interpela como interpelou a comunidade de Mateus:“Era estrangeiro e me acolheste”(Mt 25,35).
                                                                                09.12.17
Amine Abrahao da Costa
Missionária Comboniana


terça-feira, 31 de outubro de 2017

Compartilhar o carisma

A comunidade da Irmas Missionárias Combonianas se reuniram com o povo da comunidade em nossa casa de Salvador (BA) para compartilhar o carisma e espiritualidade com os leigos, em um encontro de conclusão do mês. O encontro rico de partilha da vida missionaria terminou com uma confraternização. 


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Retiro das Santas Missões Populares - Diocese de São Mateus

Aconteceu na Diocese de São Mateus o 4o Retiro das Santas Missões Populares em Pinheiros com a presença de Pe. Luis Mosconi. A Comunidade das Irmãs Missionárias Combonianas participaram junto com o povo de Deus. 
Assim escreveu Nazaré Campos, uma participante do retiro: "É festa de Deus, é festa do povo, assim a missão continua em nossa Diocese, com o seu jeito simples e humilde de conquistar cada missionário. Jesus abençoe todos que contribuíram para este momento ... Deus seja louvado pela vida do nosso bispo Dom Paulo ( pastor amável, sabe conduzir seu povo) , todos os padres em especial padre Jonas e padre Jader Jesus, as irmãs, leigas, Ir Loreta Dalla Stella , todos os seminaristas Jonathan Costa Rocha Denis Dener Evangelista Barbosa , toda a paróquia São João Evangelista de Pinheiros que carinhosamente nos acolheu doando seu tempo, seu carinho para cada um de nós"

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

#compartilhe a viagem

O Papa Francisco abriu no dia 27 de setembro a campanha "compartilhar a viagem". Uma campanha voltada a migrantes e refugiados para que compartilhemos sem medo o caminho dos migrantes e dos refugiados”. A  ação reforça a campanha da Cáritas Internacional aberta também pelo pontífice durante a Audiência Geral.
Ao final da catequese, o Pontífice recordou que é o próprio Cristo que pede para acolher os irmãos e irmãs migrantes e refugiados com os braços bem abertos: “Justamente assim – gesticulou o papa – com os braços bem abertos, prontos a um abraço sincero, afetuoso e envolvente, um pouco como esta colunata da Praça São Pedro, que representa a Igreja mãe que abraça todos na compartilha da viagem comum”.
Com duração prevista para dois anos (2017-2019), a campanha deve envolver toda a Rede Cáritas na resposta ao apelo do Papa Francisco para abraçar a “cultura do encontro” e fazendo uma proposta positiva diante da realidade atual na vida de imigrantes e refugiados.
No Brasil, foi escolhido como embaixador da campanha o Cristo Redentor. O ícone no alto do morro do Corcovado, na capital fluminense expressa a mensagem e a convocação para a acolhida de imigrantes e refugiados, uma vez que é um ícone religioso e cultural reconhecido no Brasil e no mundo inteiro.
A realidade da migração, que recebe atenção especial do papa Francisco, afeta cerca de 230 milhões de pessoas que atualmente vivem fora dos seus países de origem, no caso dos migrantes internacionais. São fatores políticos, econômicos e até desastres ambientais relacionados a estes deslocamentos. Somente no primeiro semestre de 2016, 3,2 milhões de pessoas foram forçadas a sair de seus locais de residência devido a conflitos ou a perseguições. Destas, 1,5 milhão são refugiadas ou solicitantes de refúgio. Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). No Brasil recebeu milhares de pessoas de 82 nacionalidades nos últimos anos, parte delas já tive sua condição de refugiadas reconhecida. 



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Renovando o sim a Deus e a missão

Irmãs Missionárias Combonianas renovam sua consagração a Deus e a missão.


Ir Daniela Fanti (brasileira), missionária na 
Republica Centrafricana


Ir Luciene Rodrigues (brasileira), missionária na 
Republica Democracia do Congo


Ir Lydia Charles (keniana), missionária no Brasil. 




quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Ser missionária além fronteiras

A minha vocação começou na família. Eu nasci e cresci numa família cristã católica muito simples e de muita fé. Desde sempre frequentávamos as celebrações dominicais, os círculos bíblicos e a catequese. Outro grupo que teve uma participação importante na minha vida foi a minha Comunidade de Base Santa Clara de Assis, porque foi nesta comunidade que comecei o meu compromisso como catequista e membro de outras pastorais e serviços. Neste ambiente de fé, senti que Deus me chamava para segui-lo mais de perto. Um belo dia, eu conheci as Irmãs Missionárias combonianas durante uma animação missionária que elas realizaram em minha paróquia. Fui contagiada pelo seu testemunho missionário, o amor pela missão, a vida de São Daniel Comboni. À partir deste encontro nasceu a minha vocação missionária e o desejo de consagrar a minha vida a Deus.
Quando eu cheguei na RCA senti uma mistura de sentimentos por haver pisado pela primeira vez no continente que São Daniel Comboni tanto amou e deu a sua vida. Me lembro do forte calor, do tempo que necessitei para me adaptar ao clima, das cores sempre vivas e alegres. Chamou-me atenção a simpatia das pessoas, a forma simples de se relacionar e de viver. O povo é muito acolhedor, comunicativo e alegre, apesar de todas das dificuldades que enfrentam.
Encontrei muitas dificuldades, entre elas, o aprendizado da língua local que se chama sango. Até hoje estou aprendendo, ainda hoje não sou capaz de compreender tudo, mas com a ajuda de Deus espero conseguir. Outra dificuldade, são as grandes distâncias que temos que percorrer em estradas mal conservadas e em estado precário, as pontes em sua maioria em péssimas condições ou inexistentes. Todo este ambiente exige de nós uma boa saúde física para conseguirmos realizar a nossa missão junto a este povo.
O serviço que realizo é na pastoral educativa. Eu moro na cidade de Bagandou, localizada à 160 Km de Bangui, capital do país. A congregação me confiou a responsabilidade de abrir uma pequena escola para as crianças. A escola está sendo construída e após o seu termino começaremos o ano letivo. Durante este tempo de espera, eu me engajei em duas outras escolas que são da responsabilidade de nossa província, Escola São Daniel Comboni de Ngouma e a Escola Santa Josefina Bakita de Ibata. Nestas duas escolas oferecemos uma oportunidade às crianças da região de terem acesso a educação, em especial às crianças pigméias e promover a integração entre as duas etnias da região (Bantu e Aka).
Aqui na República Centrafricana vivemos um momento delicado. O país passou e passa até hoje por inúmeros conflitos, guerras e violência. Existe um grande número de refugiados, de pessoas que fugiram para outros países, de famílias desestruturadas. A nossa missão como família comboniana é de ir ao encontro de todas estas situações que clamam por justiça. Ir ao encontro principalmente das pessoas, a fim de ajudá-las a fazer um caminho de reconciliação, de perdão, de diálogo e de paz. Este é o nosso principal desafio, sabendo que não fazemos este trabalho sozinhas, a missão é de Deus, é Ele que nos ajuda juntamente com toda a Igreja.
A mensagem que eu deixo para as jovens que sentem dentro do seu coração o chamado de Deus para a vida missionária além fronteiras, não tenham medo de escutar a voz de Jesus, e de dizer sim ao seu convite, pois Ele não nos abandona, como Ele mesmo nos recorda “...Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos(...) E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28, 19-20). 

Ir Daniela Fanti, 

missionaria Comboniana na Republica Centrafricana (Africa)


NB: quem desejar conhecer mais sobre a missao da Ir Daniela na
RCA, pode entrar em contato: 
(00236) 72 60 90 68



quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Semana Missionária em Mutuípe, Bahia

Aconteceu entre os dias 06 a 16 de agosto de 2017 a semana missionária da paróquia São Roque em Mutuípe, diocese de Amargosa-BA.
A comunidade contou com a participação de 17 missionários (religiosas e leigos) que a convite do Padre José Roberto da S. Amaral, Pároco, meditando nas palavras do evangelho: “Ide por todo o mundo e pregai a boa nova a toda criatura” (Mt28,19) se dedicaram as visitas às famílias da cidade, às escolas, hospitais e aos irmãos encarcerados. Com o desejo de acolher o pedido do Papa Francisco que nos diz: “Um cristão deve ser uma pessoa alegre”, acolheram o apelo para ser uma “igreja em saída”.
Sem dúvida a experiência recíproca de alegria entre quem anunciava com entusiasmo a boa nova e quem a ouvia foi essencial no resultado final do trabalho que envolveu a todos como uma só família (igreja viva, em saída).
Para nós foi muito importante poder contar com a colaboração e o apoio dos membros da comunidade paroquial, que nos acolheram em suas casas e com disponibilidade nos acompanharam durante a missão.
Foi um tempo de graça e reflexão durante a festa do padroeiro São Roque que teve como tema “igreja, Comunidade Família de Famílias. Foi uma semana de graça e bênçãos para nós, mas sobretudo para muitas famílias que estavam afastadas por vários motivos, elas se sentiram novamente acolhidas pela comunidade e em particular pelo pároco que a cada dia fazia sentir sua proximidade e alegria nas celebrações diárias da missa.
Nós partilhamos com a comunidade a alegria, a esperança do grande projeto e sonho de Deus para cada um: “Que todos tenham vida e vida em abundancia”. Sonho realizado na pessoa de seu Filho Jesus.
Ao final pudemos confirmar em nossa própria experiência a importância e o valor das palavras do papa quando nos estimula a sair de nós mesmos, de nossa realidade para ir ao encontro do outro. “A missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si. (...). É parar de dar voltas ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida”
Ir Almerita Ramos de Souza

Se voce estiver interessado (a) a conhecer mais sobre a missao das Irmas Missionarias Combonianas em Salvador, Bahia, entre em contato:      

  ( 71) 99688-8417

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

VOCAÇÃO UM CHAMADO DE DEUS

Toda vocação é um chamado de Deus, nós somos convidados a ouvir a voz do Senhor e estar com o coração aberto e os olhos atentos aos sinais que são colocados em nossas vidas. Para a Igreja, agosto é um mês vocacional, cada semana é dedicada a uma vocação específica voltada à vida sacerdotal, familiar, religiosa e leiga.
A paróquia São Domingos em Nova Contagem reuniu jovens de diversas comunidades, no dia 20 de agosto para um encontro vocacional, com a participação aproximada de 50 pessoas. A programação foi preparada e realizada pelas Irmãs Salesianas, um casal da Pastoral Familiar e Padres, Leigos e Irmãs Missionárias Combonianas.
Com uma dinâmica de apresentação, criou-se um ambiente fraterno e acolhedor, onde cada um contou a história e significado do seu nome e o escreveu com criatividade em uma folha através de pinturas e colagens.
Aos poucos começou uma reflexão mais centrada na experiência de encontro com Deus, que se revela na palavra e caminha ao nosso lado, nos leva a conhecer a si mesmo e a perceber o seu amor por nós, neste momento tomaram a leitura de Is 43, 1–7. Depois seguimos com o mesmo texto para um momento de oração pessoal orientado pelos passos da leitura orante da palavra, e ao final uma partilha espontânea. Na parte da tarde foi apresentada em oficina a vocação religiosa, missionária e familiar, com as Irmãs Salesianas, com padres, Irmãs Combonianas e leigos. Para finalizar foi celebrada a missa com todos participantes.
Este dia foi marcado pela alegria, oração, partilha e a abertura de todos para conhecer os caminhos pelos quais, cada um pode responder sua vocação, e dizer sim ao chamado de Deus.
Eluziane Araújo
Postulante das 
Irmãs Missionárias Combonianas



sábado, 19 de agosto de 2017

O sonho que se tornou realidade


É com grande alegria que partilho com vocês algo da minha experiência missionária, aqui nas terras amazônicas, na Paróquia Santa Luzia, distrito de Santo Antônio do Matupi, Diocese de Humaitá-AM.

Sempre desejei fazer missão nas terras Amazônicas. Ao receber o convite das Irmãs Missionárias Combonianas para vir a Matupi, meu coração transbordou de alegria, pois, finalmente, o meu desejo e sonho se tornariam realidade, mas confesso que sentia medo, pois viria a um local desconhecido, afinal o novo sempre amedronta. Porém, enfrentei o medo e parti para Matupi, sem saber o que me esperava.
Nas primeiras semanas, parecia um “bichinho” do mato acuado, acanhado e assustado com a nova realidade, mas aos poucos consegui entrar no ritmo da comunidade e hoje posso dizer que já me sinto parte desse lugar, cheio de desafios, mas que tem seus encantos e belezas: a acolhida, o carinho de cada pessoa, a pastoral que estou acompanhando, tudo me encanta e fortalece minha caminhada, o desejo de estar com o povo e meu ardor missionário.
Organizamos com os jovens de Maravilha, uma das comunidades da paróquia, o teatro da Paixão de Cristo, na sexta-feira Santa. Foi um momento muito forte e de muita alegria, ao ver o comprometimento, e empolgação dos jovens. Através do teatro, conseguimos envolver os jovens que estavam afastados e logo voltaram a se reunir. É gratificante ouvi-los dizer que um simples teatro os ajudou a pensar e ver a vida de forma diferente, e mesmo que os problemas venham, não irão desistir, mas continuarão firmes na caminhada de jovens evangelizadores, jovens evangelizando. Só tenho que agradecer a Deus, porque a semente que foi lançada, pouco a pouco, está dando frutos.
Com a irmã Giane, ajudo na assessoria da pastoral da criança e na formação dos líderes. Além disso, tenho a oportunidade de visitar as famílias e perceber em cada rosto e em cada acolhida a presença de Deus, que me usa como seu instrumento para levar sua palavra às pessoas que visitamos. Também ajudo nos programas da rádio na hora da Ave Maria; às quintas feiras falamos sobre as vocações e aos sábados sobre a espiritualidade mariana. É importante podermos utilizar os meios de comunicação que existem na comunidade para evangelizar e anunciar a Boa Nova do Senhor às pessoas que, por um motivo ou outro, não podem participar das celebrações.
Agradeço a Congregação das Irmãs Missionárias Combonianas por essa oportunidade ímpar, à minha comunidade do Matupi, sim, minha comunidade. Aqui fui acolhida com muito carinho e respeito pelas Irmãs: Luísa, Giusy e Giane; elas, que desde o início confiaram em mim e me lançaram na missão, continuam dando-me todo apoio. Agradeço ao Deus da Vida por todas as graças recebidas nesse tempo, pela Sua presença em minha caminhada e por confirmar a Sua vontade em minha vida; a Ele que me chamou e continua me chamando, só tenho que dizer sempre: Eis-me aqui, Senhor, seja feita a tua vontade!
 Menalia Oliveira Figueiredo

quinta-feira, 30 de março de 2017

10 anos da Rede um Grito pela Vida

Em 30 de março de 2007, um grupo de 28 religiosas provenientes de todas as regiões do nosso imenso Brasil, plantava a primeira semente de luta e compromisso no enfrentamento ao tráfico de pessoas: nascia a Rede um Grito pela Vida. 
Hoje em dia a Rede conta com cerca de 300 pessoas, entre religios@s e leigos comprometidos em 26 núcleos espalhados em todo o território nacional.
“Celebrar 10 anos de compromisso no enfrentamento ao tráfico de pessoas, como Rede é um tempo de graça, reconhecimento, memória e reafirmação do compromisso com dignidade e vida das pessoas exploradas e traficadas em nosso país” – declarou em entrevista a Rede Aparecida, ir Eurides Alves de Oliveira, coordenadora nacional da Rede.
O trabalho de informação, sensibilização, sobretudo junto às juventudes e as populações mais vulneráveis é desde a fundação da Rede um Grito pela Vida a principal estratégia de ação. Dar visibilidade a um crime que silenciosamente continua ceifando muitas vítimas, nas suas diversas modalidades (exploração sexual – adoção ilegal – servidão domestica –tráfico de órgãos- atividades ilícitas), é tarefa e preocupação de cada integrante da rede, espalhada do Norte ao Sul deste País. 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo estão sujeitas a alguma forma de escravidão moderna, e além do mais estima-se que 700 mil mulheres brasileiras passam todos os anos pelas fronteiras internacionais do tráfico humano.
Preocupa-nos a facilidade com que hoje em dia acontece o aliciamento por meio das redes sociais, o que podemos tocar com mão cada vez que como núcleo de Porto Velho (RO) organizamos dias de formação nas escolas de ensino fundamental e médio e abrimos o diálogo com os alunos sobre este assunto. Por isso, não podemos parar!
De fato, fazer memória, hoje, dos 10 anos da Rede um Grito pela Vida, é também: “tempo de avaliar e projetar a continuidade da luta com maior determinação e empenho”, afirma ir Eurides Alves de Oliveira. Mãos à obra, então! Junt@s contra o tráfico de pessoas!
 ir Chiara Dusi


terça-feira, 21 de março de 2017

São José é sempre Jovem: devoção de São José na experiência de Comboni

Hoje, 20 de março, celebramos com toda a Igreja a festa de são José: inúmeras capelas espalhadas no mundo todo, muitas congregações religiosas, assim como também confrarias/associações de leigos têm são José como padroeiro, sublinhando alguns aspectos específicos da vida dele, e inspirando-se nele para viver uma fé profunda e concreta, na humildade, na confiança em Deus, no trabalho, no silêncio, na defesa da vida.
Olhando para o nosso carisma comboniano, também encontramos presente a devoção ao pai putativo de Jesus, porém sem muitas especificações: sabemos que se origina de um amor especial que Comboni tinha para ele, definindo-o o ecônomo da missão, aquele que era invocado especialmente nas piores situações financeiras, e que muitas vezes, com prontidão inaudita, tinha-o tirado de muitos apuros.
Chama atenção, nos escritos de Comboni, o jeito com o qual ele se dirige e dialoga com o santo, como com um amigo de longa data com o qual não se precisa de dar muitas voltas. Alguns escritos tornam-se quase cômicos, neste sentido: “Chamei-a à ordem o meu ecônomo são Jose´, ameaçando dirigir-me à sua mulher, se ele não fizer caso; exigi-lhe que no prazo de um ano equilibre meu orçamento, [...] caso contrário vou ter com a sua mulher, mas já chega.” (EE 5224)
Outro elemento interessante na espiritualidade vivida por Comboni é que a devoção de são José não é simplesmente expressão de uma religiosidade popular um tanto fragmentada nas suas diferentes manifestações, ao contrário encontra-se inserida e diria perfeitamente encaixada na vivência de absoluta confiança, entrega e comunhãode São Daniel com o próprio Jesus e Maria:
“Eu permaneço no meu posto até a morte, porque confio nos sagrados corações de Jesus e Maria e em são José e porque a obra é de Deus. Esta obra, nascida aos pés do calvário, avançará através de todas as dificuldades para chegar a sua realização. (EE 5329)
No coração de Comboni habita a certeza de que ele não está sozinho, e por isso vive e aprofunda continuamente a comunhão com Deus e com a Sagrada Família: Jesus, Maria, José, não são entidades abstratas para Comboni, ou personagens relegadas no passado, mas verdadeiros amigos, companheiros de viagem, presenças reais, concretas, que abençoam a missão e cada missionári@, iluminando, protegendo, intercedendo.
“São José é sempre jovem, tem sempre bom coração e intenção reta e ama sempre o seu Jesus e os interesses da sua gloria. E a conversão da África central representa um interesse grande e permanente para a gloria de Jesus.” (EE 5197)

A Comboni pedimos, neste dia, a graça de interceder por nós, para poder crescer sempre mais nesta busca da comunhão com Deus e com os santos seus amigos, para amar e nos entregar à missão com ardor sempre crescentea cada dia, como se fosse o último. 
Ir. Chiara Dusi, missionária Comboniana

sábado, 11 de março de 2017

Padre Ezequiel Ramin: memória e compromisso

No dia 4 de março de 2017, às 19.30, na paróquia Sagrada Família de Cacoal, Rondônia, celebramos o encerramento do inquérito diocesano para o reconhecimento do martírio do padre Ezequiel Ramin, missionário comboniano, assassinado na fazenda Catuva no dia 24 de julho de 1985.

Com maciça presença do povo de Cacoal, e uma significativa representação da Rondolândia, além de outros municípios da diocese de Ji Paraná e de Porto Velho, foi solenemente concluída a etapa brasileira do processo que entende demonstrar como o jovem padre foi morto “in odium fidei”, por ódio à fé, assumindo até as últimas consequências o seguimento de Cristo.
Junto com o pão e o vinho, levamos ao altar,no momento do ofertório, as doze caixas que contêm os documentos do Processo que, como destacou o postulador geral dos missionários Combonianos, padre Arnaldo Baritussio, não são “simples papeis, mas a vida verdadeira de um pastor com a sua comunidade, história de grandes sofrimentos e também de grandes ideais: uma terra para todos e uma comunidade solidária.”
Padre Ezequiel continua vivo na memória do povo, mesmo tendo trabalhado em Cacoal apenas um ano e um mês, de junho de 1984 a julho de 1985. A fama de martírio, que fez recolher em ocasião dos 30 anos da morte do padre mais de 10.000 assinaturas em favor da abertura do processo, é um sinal de que padre Ezequiel foi e continua sendo uma luminosa testemunha de Cristo.
Fazendo uma releitura da vida e da morte de padre Ezequiel, padre Arnaldo sublinhou que “Sua imolação foi uma decorrência natural de sua Vida Religiosa Consagrada missionária e de sua leitura profunda do Evangelho, do amor a Cristo, à Igreja e aos irmãos mais injustiçados.”
A figura de padre Ezequiel está presente entre os mártires da caminhada do santuário de Ribeirão Cascalheira (MT), onde se pode ler “não merece de sobreviver uma Igreja que não tenha memória viva dos seus mártires”. A memória de padre Ezequiel, portanto, assim como de todos aqueles que tombaram para seguir a Cristo e colaborar na construção do seu Reino, é dom e compromisso, não simples saudade. Sua vida e a morte nos questiona continuamente e deve provocar-nos sobre o nosso real comprometimento com Cristo e o Evangelho.
Continuamos a acompanhar com a oração o trabalho da postulação, que agora apresenta e submete aos historiadores e teólogos do Vaticano, e sucessivamente ao parecer dos bispos, cardeais e do papa Francisco toda a documentação, a fim de poder declarar mártir, portanto bem-aventurado, Padre Ezequiel Ramin.

“Amigo de Deus e nosso
Companheiro de viagem do Eterno e dos pobres
Inquieto e alegre irmão,
Ezequiel!
Sinal de contradição
Faísca de compaixão e de indignação ética.
Profeta do Altíssimo
Ouvido e voz dos pequenos
A tua memória é dom e compromisso!
Olhamos para ti
E nos convidas sempre a ir além
Além de ti, além das cercas de morte
Em busca do Reino da Vida.
Obrigada, Ezequiel!
Não te canses
De trilhar conosco os caminhos da missão.”
 Ir Chiara Dusi





Tchau ir. Rosa

Um ano depois, o povo de Santo Antônio do Matupi ainda chora a morte da irmã Rosa, e ao mesmo tempo agradece a Deus por ter tido a possibilidade de partilhar estes últimos anos com ela. Ela que tinha um grande amor pela natureza, amava cuidar das plantas, cultivar uma boa horta, e extrair da natureza os remédios para cuidar dos doentes numa terra difícil que não tem muitos recursos no âmbito da saúde.
No dia 1 de março, dia do aniversario da partida para junto do Pai, lembramos da irmã Rosa, na celebração de quarta feira de cinza, mostrando umas fotos e uma síntese do que foi a sua vida, dedicada ao povo e á missão amazônica através da Espiritualidade Comboniana.
Apaixonada pelo Reino, gigante na atenção às necessidades dos mais pobres e na simplicidade, sinceridade, corajosa, exemplo de fidelidade… são algumas das características que marcaram a vida desta grande mulher Consagrada, Missionária Comboniana.
 É isso mesmo que o povo continua lembrando quando se fala da irmã Rosa e por isso, para nunca mais esquecer a sua atenção pelos mais pobres e necessitados, a qualquer hora, em qualquer dia,foi-lhe dedicado o centro catequético: hoje passou a se chamar centro de catequese Ir. Rosa Rita Guzzo.
O amor à Igreja e ao Povo da Amazônia sustentou sua fé nos seus últimos dias. Morreu alimentada pela esperança de voltar a Santo Antônio do Matupi.  O Pai fez a Rosa florescer no jardim do Céu. Tchau ir. Rosa estará sempre nos nossos corações!
Ir Giusy Luppo, Missionária Comboniana





terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Campanha da Fraternidade 2017

Com o tema "Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida", a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente, na Quarta-feira de Cinzas, dia primeiro de março, a Campanha da Fraternidade 2017 (CF 2017). O lançamento será na sede da entidade, em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelas emissoras de TV de inspiração católica, a partir das 10h45.
A campanha, que tem como lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), alerta para o cuidado da Casa Comum, de modo especial dos biomas brasileiros. Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase à diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem, sejamos conduzidos à vida nova”, afirma.
Ainda de acordo com o bispo, a CF deseja, antes de tudo, levar à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. "Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar”, salienta.
A cerimônia de lançamento contará com as presenças do arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, do secretário geral da Conferência, dom Leonardo Steiner, e do secretário de articulação institucional e cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Edson Duarte.
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