Nossas Raízes, Nossa História


IRMÃ FLORA INVERARDI

Irmã Flora chegou ao Brasil com o primeiro grupo das missionárias Combonianas, em 1955. Foi pioneira “no sentir em sintonia” com a Igreja do Vaticano II, e animou suas co-irmãs a se inserirem no novo caminho eclesial, para descobrirem um novo estilo de vida, um modo novo de viver com audácia o carisma comboniano ao feminino.

Era de baixa estatura, porém grande em seus dons. Suas ideias e seu coração iam sempre mais longe do que seus pés.
Lutou para conquistar espaço na Igreja, e antecipou os tempos. Seu sonho era ver a Comboniana protagonista da história, colaborando com o povo, para o crescimento do Reino de Deus, numa sociedade que espera um testemunho e um anúncio
.

Animava a Igreja local na dimensão missionária, para que sentisse a exigência de SAIR de (ultrapassar) suas fronteiras, para anunciar e testemunhar sua experiência de fé.

Foi educadora e catequista. Responsável pela Comissão Diocesana de Catequese de São Mateus, Espírito Santo. Organizava cursos bíblicos, ricos de conteúdos e dinâmicas em âmbito paroquial e diocesano. Visitava as várias comunidades onde ministrava cursos de formação, enfrentando com alegria as dificuldades de estradas impraticáveis. As jovens ficavam contagiadas pelo seu entusiasmo missionário, pelo seu compromisso corajoso a favor da justiça e dos empobrecidos.

Mulher de oração pessoal e comunitária. Gostava de saborear e partilhar a Palavra de Deus. Mística, contemplativa, não media sacrifícios na sua doação aos mais necessitados. Sua oração tinha uma clara dimensão missionária.
Quando adoeceu, encontrava força em Deus, em Comboni, e no testemunho das primeiras Irmãs Combonianas, mártires da Mahdia, no Sudão. Nos momentos de “trevas”, sofreu um verdadeiro martírio. Ela dizia: “Por que desconfiar da bondade do Senhor? O futuro está em Suas mãos!” Irmã Flora foi mulher de fé, com profundo sentido de Deus e da Igreja. Mulher de oração e ação; forte, inteligente, sensível e reta.
Por Irmã Ângela Tortorella



MADRE FEDERICA BETTARI

Extrato do texto “Profetismo”,
por Ir. Fulgida Gasparini.

Madre Federica em audiência com o Papa Paulo VI
A PESSOA

FEDERICA – seu nome é um programa de vida. Mulher consagrada “rica de fé”, contemplação e paixão pela missão. Foi e continua sendo exemplo expressivo do carisma comboniano, vivido na ótica feminina. Missionária comboniana que se formou em sintonia com a profunda convicção do Fundador, São Daniel Comboni, “na onipotência da oração está a nossa força”. Força que a transforma em “matriarca capaz de transformar...”

SEU LEGADO

Federica tinha um estilo profético, transformante e radical, como o Fundador e as primeiras Irmãs. A mesma coragem, a mesma capacidade de incentivar as iniciativas válidas, não só do Instituto, mas também da Igreja, como “verdadeira mulher eclesial”. Ela, que acolheu plenamente o Concílio Vaticano II, ousou atuar na Congregação as mudanças necessárias para ser fiel ao Espírito que tudo renova, focando no trabalho de reconhecimento da mulher dentro das estruturas da Igreja: “encorajá-la para dar o melhor de si, em todos os lugares, porque a colaboração e a variedade dos carismas das várias Instituições enriquecem e fortalecem a própria identidade”.

Federica, como “Madre Geral carismática”, repetia: “É tempo de esperança e de confiança no futuro! [...] Agora é hora de incrementar tudo que é verdadeiro, bonito e bom do carisma comboniano a serviço dos mais abandonados”. Cada Irmã é chamada a OUSAR SER as mil vidas que fazem a diferença no campo da evangelização para entregar ao futuro a esperança fortalecida do esforço do presente, e uma fé que tenha a força evangélica para uma renovação contínua na verdade e no amor.

Aos 58 anos, Madre Federica retornou à casa do Pai deixando-nos a convicção e a prática de que a fecundidade da ação missionária tem sua raiz na profunda contemplação, união com Deus e oração.