quarta-feira, 9 de novembro de 2011

São Paulo, Brasil: 06/11/2011: Pela retirada imediata das tropas da ONU do Haiti!

por Ir Beth C. Imperial, smc

Neste sábado dia 5 de novembro 2011, mais de 400 (quatrocentas) pessoas entre lideranças nacionais e internacionais, e militantes de várias entidades do movimento social, reuniram-se no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo em um ato continental pela retirada imediata das tropas da ONU do Haiti. A Minustah é formada por contingentes de 42 (quarenta e dois) países, que juntos totalizam mais de 12 mil soldados. O Brasil, além de dirigir as tropas tem o maior efetivo, com mais de 3 mil homens.

Nós Missionários Combonianos e Missionárias Combonianas: Ir Tiberh e Elisabeth C. Imperial, P. Vanderlei e alguns escolasticos, estivemos presentes neste ato em S. Paulo, junto com alguns representantes da Comunidade Paroquial de Sapopemba.

O evento foi organizado pelo Comitê “Defender o Haiti é defender a nós mesmos” e Assembleia Legislativa de São Paulo, com o apoio de diversas entidades, entre elas a Central Única dos Trabalhadores, representada no ato por Julio Turra, da Executiva Nacional da CUT.

Um vídeo documentário com denúncias sobre a situação do povo haitiano foi exibido antes da cerimônia. Em seguida, apresentações de grupos de rap reforçaram o coro da juventude presente: “O Haiti não precisa de soldado, soberania para o povo massacrado” e “Oh oh oh Dilma, escuta aqui, retire as tropas do Haiti”. O ato foi aberto pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), representando a ALESP. Bárbara Corrales, do Comitê, e Claudinho Silva, do setorial de Combate ao Racismo do PT-SP coordenaram a mesa.

Fignolé St Cyr, secretário da Central Autônoma dos Trabalhadores do Haiti (CATH), relatou a verdadeira situação de seu país, há sete anos ocupado pelas tropas militares da Minustah. Fignolé denunciou a brutalidade e as consequências cruéis que recaem sobre o povo haitiano com a ocupação. “São milhares de mortes, pessoas doentes, especialmente, por conta da epidemia de cólera, além de desaparecimentos e ataques permanentes”, disse. A ONU destinou US$ 854 milhões para a ocupação militar no exercício 2010/2011. Desde o início da ocupação, no final de 2010, a epidemia de cólera que assolou o país, trazida pelo contingente de soldados do Nepal, matou mais de 5 mil pessoas e contaminou 310 mil. “Sabemos que o verdadeiro caráter desta ocupação é promover a agenda política das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. O povo haitiano quer a retirada imediata das tropas e está nas ruas exigindo isso. Por isso, para nós é muito importante contar com o apoio de entidades como as aqui presentes, dispostas a pressionar seus governos, eleitos com o voto popular, para que retirem seus soldados do Haiti e para que a ONU acabe com a Minustah de uma vez por todas”, finalizou Fignolé.


passou da hora de a ONU retirar suas tropas do Haiti”, declarou a fundadora do NAACP - movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, Colia Clark, que participa da Comissão de Inquérito sobre o Haiti. “O Haiti não precisa da ‘ajuda’ dos EUA e da ONU para se reconstruir, mas de ajuda material, técnica e de infraestrutura, necessária para que a reconstrução seja feita pelos próprios haitianos”, reforçou.

Também participaram do ato representando os movimentos internacionais, Jean-Charles Marquiset, do Partido Operário Independente da França; Nelson Guevara, do Sindicato dos Mineiros da Bolívia; Natalia, representante do Comitê pela retirada as Tropas Argentinas do Haiti; Hugo Dominguez, do Sindicato dos Metalúrgicos do Uruguai. Entre os movimentos sociais e entidades presentes no ato, lideranças e militantes da CUT, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de entidades sindicais, do movimento negro, do hip hop, da juventude, de partidos e outras organizações populares da sociedade civil. O ato foi finalizado com a leitura de um manifesto assinado pelas entidades presentes.
Os movimentos sociais de vários países se mobilizam sempre mais em defesa do Haiti, pela dignidade e soberania de seu povo e se posicionam contra a presença da Onu no Haiti. 

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