terça-feira, 28 de junho de 2016

REDESCOBRIR A FESTA!


Ir. Giusy Lupo

Participando de duas festas juninas e vendo como o povo brasileiro sabe celebrar, divertir  e partilhar o sentido de festa lembrei dessa reflexão de José Antonio Pagola sobre o redescobrir o significado da festa. Para que este tempo de festas seja um tempo não só de férias, mas também um tempo para celebrar a vida e as relações familiares, entres amigos, colegas, vizinhos e redescobrir o sentido de irmandade universal e com a criação. Boas festas!

 Mas, o que é “fazer festa”? O que diferencia o feriado de um dia normal? “Por que alguns dias são maiores do que os outros se, ao longo do ano, a luz vem do sol?”, pergunta-se o livro do Eclesiástico.
Há muitos que pensam que o ser humano moderno está perdendo a capacidade de “celebrar festas”. Alguns chegam a falar de uma “civilização sem festas”.
Quando “a atividade nua e crua”, o trabalho e a eficiência marcam o sistema de uma sociedade e de toda a nossa vida, a festa fica vazia de seu conteúdo mais profundo.
A festa torna-se, então, um dia “não laborativo”, dia de férias. Um tempo em que, paradoxalmente, deve-se “trabalhar” e esforçar-se para conseguir uma felicidade que, costumeiramente, não é normal em nossas vidas.
Então, a festa dá lugar ao espetáculo, ao turismo, à fuga das viagens ou à embriaguez dos “salões de festa.”
Mas a festa é muito mais do que uma “interrupção do trabalho” ou distensão física. O ser humano é muito mais que um “animal de trabalho” ou uma máquina que precisa de recuperação.
Precisamos mais do que umas férias que nos distraiam e nos façam esquecer as preocupações que, normalmente, possuem nossos dias de trabalho. Algo que não pode alcançar a “indústria do lazer” por mais fórmulas que invente para preencher ou, como diz expressivamente, para “matar o tempo”.
O importante é “viver em festa” por dentro. Saber celebrar a vida. Abrir-nos ao dom do Criador. Despertar o melhor que há em nós, e que fica obscurecido pelo esquecimento, superficialidade, atividade, e o ritmo frenético da vida cotidiana.
Viver com o coração aberto a esse Pai que dá significado e valor definitivos ao nosso viver diário. Sentir-nos irmãos e irmãs dos seres humanos e da criação inteira. Deixar falar o nosso Deus e degustar a sua presença carinhosa em nossas vidas.
Desse modo, a festa adquire um significado real, é tingida com uma alegria que não tem nada a ver com o gozo do trabalho eficaz e bem feito, nos regenera e redime-nos do tédio e do desgaste diário.

Quem não descobriu isso, continuará, infelizmente, confundindo as férias com a festa, simplesmente porque é incapaz de “viver em festa.”





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